terça-feira, 3 de julho de 2012

Arte como terapia: Nise da Silveira

 

Choque elétrico, choque de cardiazol, choque de insulina, lobotomia.

 Para muitos médicos esses termos significavam terapia.

Nise da Silveira, psiquiatra, a eles sempre reagiu com horror.

Foi convidada pelo diretor do Centro Psiquiátrico Pedro II a assumir uma vaga na Seção de Terapia Ocupacional e Recreação (STOR). Lá, Nise da Silveira desenvolveu o tratamento da esquizofrenia por uma análise psicológica, em oposição aos procedimentos fisiológicos, que atuavam diretamente no funcionamento do cérebro.

Na STOR, eram oferecidas ao interno oficinas de trabalho artesanal e ateliês de pintura e modelagem, possibilidades de expressão simbólica, em uma tentativa de superar a desordem psíquica.

Nise então reforçou sua crença de que era vital ocupar criativamente o tempo dos usuários de instituições psiquiátricas.

 Acreditando também na importância do afeto no tratamento dos esquizofrênicos, Nise da Silveira procurava valorizar as relações dos internos com outros seres vivos, não só humanos, mas também cachorros, gatos, plantas.

Segundo o poeta Ferreira Gullar, um dos seus mais próximos amigos, "A Dra Nise teve papel decisivo na história da psiquiatria no Brasil e na própria história da arte brasileira. Introduziu métodos de relacionamentos com os doentes totalmente inovadores. Nise fez a crítica repensar todos os seus conceitos".

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