Vamos fuxicar!
A palavra fuxico pode ser entendida como coser ligeiramente
grandes pontos como também, fazer intrigas e mexericos.
No Brasil sua origem vem da cultura popular nordestina onde as
mulheres reuniam-se para emendar pedaços de tecidos e aproveitavam para
conversar; daí o duplo sentido da palavra fuxico.
Cortar o tecido em círculo e franzi-lo é uma forma diferente de
compor cores e estampas variadas formando unidades, que ligadas umas às outras
vão desenhando novos sentidos no todo maior.
Esse material não é novo, faz parte da cultura popular, assim como
as lendas, os mitos e os contos de fadas.
Assim, é formada a ideia de formar um grupo de fuxico, onde enquanto
o grupo vai construindo o fuxico, também vai sendo estimulado a “fuxicar”, a
falar de seus conflitos, compartilhando e aprendendo uns com os outros.
Sabemos que não existe receita de bolo quando o assunto é atividade/paciente,
por isso, coloco aqui a atividade e seus benefícios para que a partir dessa
análise, a atividade possa ser enquadrada a um grupo no qual possa trazer benefícios
aos seus componentes.
Para a terapia ocupacional é importante abrir, manter e ampliar os
espaços sadios para um fazer que atenue no indivíduo a marca da doença,
deficiência, da inadequação, e a arte de fazer fuxicos funciona como
alternativa para elaborar conflitos e abrir caminhos.
“Somente na arte acontece ainda que um homem
consumido por desejos efetue algo que se assemelhe à realização desses desejos
e que o faça com um sentido lúdico e produza efeitos emocionais &– graças à
ilusão artística &– como se fosse algo real” (FREUD, 1913-1914, p.100).
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