Passeio terapêutico para depressão e desempenho mental
Um estudo recentemente realizado buscou analisar o efeito de caminhadas junto à natureza sobre a cognição e o humor de pessoas com depressão. Os pesquisadores do Canadá e dos EUA descobriram evidências de que um passeio no parque pode fornecer alguns benefícios mentais.
O estudo foi conduzido por Marc Berman, um pós-doutor no Rotman Research Institute Baycrest, em Toronto, com os parceiros da Universidade de Michigan e da Universidade de Stanford, publicado no Journal of Affective Disorders e mostrou que os participantes com depressão clínica tiveram uma melhora no desempenho da memória, após uma caminhada na natureza, em comparação com uma caminhada em um ambiente urbano.
A pesquisa do Dr. Berman é parte de um campo da ciência cognitiva conhecida como Teoria da Atenção e Restauração (ART), que propõe que as pessoas concentram-se melhor depois de passar algum tempo na natureza ou olhando para cenas da natureza. O motivo, de acordo com a ART, é que as pessoas interagem com as configurações pacíficas da natureza e não são bombardeados com distrações externas que implacavelmente comprometem a sua memória de trabalho e os sistemas de atenção. Em ambientes naturais, o cérebro pode relaxar e entrar em um estado contemplativo que ajuda a restaurar ou atualizar as capacidades cognitivas.
Neste último estudo o Dr. Berman e sua equipe de pesquisa investigaram se um passeio pela natureza proporcionaria benefícios cognitivos semelhantes, e também melhorariam o humor das pessoas com depressão clínica, já que os indivíduos com depressão possuem altos níveis de ruminação e pensamento negativo. Os pesquisadores estavam céticos, no início do estudo, e desconfiavam que uma caminhada solitária no parque não teria qualquer benefício e poderia acabar piorando a memória e exacerbando o humor depressivo.
Mas que eles descobriram foi que os participantes apresentaram um aumento de 16% da atenção e memória de trabalho, após a caminhada da natureza em relação à caminhada urbana. Curiosamente, a interação com a natureza não provocou mudanças na alteração do humor em comparação com as caminhadas urbanas, em ambas, o humor negativo diminuiu e o humor positivo aumentou após caminharem por igual período e extensão. Dr. Berman acredita que isso sugere que os mecanismos cerebrais distintos podem agir nas alterações cognitivas e nas de humor, ao interagir com a natureza.
Onde realizar passeios terapêuticos junto à natureza em Recife?
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Instituto Ricardo Brennand
Jardim Botânico do Recife
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